A diretora executiva do Instituto Confúcio da Universidade de Coimbra, Doutora Cristina Zhou, visitou o Agrupamento de Escolas Anselmo de Andrade e proferiu uma palestra intitulada «Pessoa esotérico», dirigida aos alunos do 12.º ano de escolaridade, uma ação organizada colaborativamente pelo grupo de Português, a disciplina de mandarim e a biblioteca escolar.
Estiveram presentes a representante da Câmara Municipal, a presidente da Associação AlmadaMundo, os membros da direção, professores do agrupamento e as professoras italianas visitantes, no âmbito do programa Erasmus+.
Investigadora na área da Literatura Portuguesa, no que se refere ao modernismo e à literatura pessoana, é tradutora da primeira versão do Livro do Desassossego, para o Mandarim, em coautoria, numa edição datada de 2022, com a chancela da editora Elegance de Pequim.
A Doutora Cristina Zhou desafiou os alunos a refletirem sobre três questões existenciais: «Quem sou eu?», «Qual é o meu lugar no mundo?», «O que posso fazer nesta vida?», mencionando que poderemos encontrar respostas para estas questões nas outras expressões artísticas, tais como na escultura, na pintura, na arquitetura, nas religiões, nas superstições e nas ciências. Face a uma produção pessoana alteronímica, deixou aos presentes, entre outros reptos pessoanos, os seguintes: «Escrever como um outro»; «Sê plural como o universo»; «Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo».
O convite à reflexão estendeu-se à revisitação de vários períodos históricos, através da pintura, da escultura, da arquitetura e da deriva pessoana, considerando as perspetivas pitagórica, essénia, templária e maçónica na escrita pessoana e a premissa de que Pessoa cultiva a via ascética do Amor.
Ao sublinhar que a poesia pessoana diz a realidade tal como ela é e o comum com sinceridade, aludiu ao surgimento do seu heterónimo Alberto Caeiro e ao momento em que Pessoa, na carta a Casais Monteiro, refere, num vislumbre do desvelamento da sua alteridade, citamos, «Foi o dia triunfal da minha vida» (…) «Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim, o meu Mestre».
A palestra despertou um vivo interesse nos alunos. A aluna Mafalda Ferreira, do 11.º ano de escolaridade, deu o seu depoimento sobre a aprendizagem do mandarim, desafiando os seus colegas a aprender a língua, e, no encerramento, os alunos Gonçalo Santos e Filipe Bastos, do 12.º ano de escolariade, disseram o poema «Mar Português, em português e mandarim.
A diretora executiva do Instituto Confúcio da Universidade de Coimbra, Doutora Cristina Zhou visitou, em seguida, a sala de aula de mandarim do 11.º ano de escolaridade, onde trocou impressões com os alunos em mandarim, disciplina lecionada de forma ímpar pela professora Jiang Na, neste agrupamento de escolas, no âmbito do projeto-piloto de ensino do mandarim. Afirmou ter ficado bem impressionada com o nível de mestria dos alunos, quanto à aquisição da língua.
Seguiu-se, por último, uma reunião na direção.
Foi para o AE Anselmo de Andrade um privilégio receber a diretora executiva do Instituto Confúcio da Universidade de Coimbra, Doutora Cristina Zhou.
