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Visita de estudo à Fundação Champalimaud

 

No passado dia 19 de fevereiro, a turma A do curso de Ciências e Tecnologias da Escola Básica e Secundária Anselmo de Andrade foi em visita de estudo à Fundação Champalimaud, no âmbito da disciplina de biologia, fazendo-se acompanhar das professoras Emiltina Matos e Maria José Januário. As motivações da escola e da turma foram descritas pela professora de biologia Élia Martins no e-mail de candidatura e foram atendidas pela Fundação que entre centenas de candidaturas a nível nacional, selecionou precisamente a nossa escola juntamente com outras oito. A coordenadora Maria João Villas-Boas introduziu aos alunos das duas turmas presentes naquele dia acerca da Fundação, a sua história, as suas áreas investigacionais, correspondendo estas à neurociência e ao cancro, a prestação de serviços clínicos, o Prémio António Champalimaud de Visão e ainda quanto à arquitetura do edifício.

Maria João partilhou com os jovens como António Champalimaud foi um dos mais prestigiados empresários portugueses, mais concretamente na área de produção de cimento. Não chegou a concluir o ensino superior, uma vez que aos 19 anos, após a morte do seu pai, decidiu iniciar a sua vida empresarial revelando todo o seu empreendedorismo, visão, coragem e espontaneidade. Ao longo da sua longa vida fez fortuna e em 2004 quando morreu, deixou um terço da sua herança para a edificação de uma fundação que retribuísse a Portugal tudo aquilo que Portugal lhe deu.

Relativamente à vertente de investigação da Fundação, foi dado a conhecer aos visitantes o conceito de Translational Research, que consiste na aplicação do conhecimento da ciência básica ou fundamental. As suas investigações são então efetuadas com base na ciência básica, esta que tem como objetivo a aquisição de novos conhecimentos e desenvolvimento de teorias procurando saber «o que é?» e  «porquê?». No que toca às Neurociências a Fundação desenvolveu um programa no qual estuda o cérebro com uso da tecnologia de ponta que tem a seu dispor bem como com a aplicação de técnicas inovadoras em modelos animais, como a Drosophila, rato, ratazana e peixe-zebra. Quanto ao cancro, a Fundação está a inovar com a tecnologia de radioterapia com a injeção de doses de radiação personalizadas a doentes com o objetivo de atuar sobre as células tumorais inibindo as suas funções de replicação e crescimento. No edifício principal localiza-se o Centro Clínico Champalimaud onde a investigação e a clinica se cruzam proporcionando aos doentes tratamentos personalizados de excelência. Os resultados obtidos a partir da ciência básica são imediatamente aqui aplicados, chegando de forma rápida e eficiente aos pacientes.

Ainda durante a palestra um dado muito impressionante foi partilhado com os alunos e professores presentes, 90% dos cegos poderiam não o ser. Em 2006 foi criado o Prémio António Champalimaud de Visão, tido como sendo o maior prémio do mundo este que nasceu da sensibilidade da Fundação para com a condição de cegueira dado que António Champalimaud desenvolveu em vida um glaucoma que o conduziu à perda da visão. Em países subdesenvolvidos, a falta de serviços de saúde bem como a falta de higiene e pobreza extrema leva rapidamente a que um problema de visão, que poderia ser facilmente resolvido num país desenvolvido, leve à cegueira. Assim, o prémio tem contemplado organizações não-governamentais credíveis de países como o Nepal, Índia e países em África. Porém, em anos alternados, o prémio é atribuído também como fundo de investigação para este tema.

A coordenadora fez ver ainda como na Fundação Champalimaud foi tudo pensado a pormenor para atingir o sucesso que hoje tem, nomeadamente, a arquitetura do edifício foi idealizada de modo a refletir a sua filosofia e ambição. Quem tem a oportunidade de visitar o espaço, verifica que é algo amplo que promove o convívio entre investigadores, clínicos e membros da administração, invés de se encontrarem isolados uns dos outros, de modo a assegurar a felicidade e bem-estar no ambiente de trabalho bem como a obtenção de melhores resultados por parte dos mesmos. Possui até um jardim que contribui para esse objetivo e constitui um elemento central da arquitetura. O conforto interior do edifício aliada à paisagem tranquilizadora do rio Tejo procura atenuar o sofrimento dos doentes que lá estão internados.

Todos os resultados positivos e sucesso a nível nacional e internacional que a Fundação Champalimaud tem reunido, contribuindo para o evoluir da ciência e medicina nas áreas da neurociência e oncologia, bem como para a prevenção da cegueira, demonstram como o objetivo de António Champalimaud está a ser cumprido e honrado com grande mérito de toda a equipa que lá opera e seus colaboradores. Champalimaud está a devolver seguramente a Portugal a prosperidade que o país lhe deu a si.

 

Érica Neto e Valeria Balitkaia

12º A

 

 

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